Quero não acreditar que te faltam os sentimentos; quero acreditar que te vou conseguir recortar da forma que os meus sonhos imaginam e so quero provar ao meu coração que esta foi a escolha certa. Que eram estes os planos, que era esta a equação que demonstrava a possibilidade de 1+1 ser igual a 1. Estes desenhos, toda esta construção invisivel ocupa demasiado espaço entre os meus dedos e só tu podes vir demonstrar a sucessão dos nosso dias quando o meu olhar e o teu se cruzam no terceiro quadrante. Desarmas os meus dias com esse olhar fundo nas minhas costas; desarmas as minhas voltas com essas cambalhotas futuristas. Desarmas a minha vida com esse castelo em forma de palhota. Desarmas as minhas palavras, meu amor, com essa maneira arrogante de não dizer muito.
O tempo não pára, os segundos continuam a rodar no mostrador do relógio e eu considero que contigo eles passam ainda mais rápido. Matámos o cliché de "o tempo pára quando estou contigo", envenenamos a ideia de que "amor, só há o primeiro". O destino deu-nos a volta e cá estamos nós a continuar os provévios chineses que lemos nas noites de domingo.
Não me sais da cabeça, não sais das paredes do meu quarto e um quatro é fácil de confundir com um três quando te vejo a passar por entre as portas.
Retiro a vontade que tinha de começar do zero, sem que as somas fossem tudo o que podia apanhar; se não tivesse começado a meio talvez nunca te tivesse arrancado da poltrona. Dás-me anos de vida, e os cigarros são fácilmente substituidos por dois sorrisos meio fanáticos. Eu sou do pior que há no mundo, consigo estragar qualquer romantismo e consigo piorar qualquer tosse mas tu não ligas e pedes-me para respirar quando corro a vida a 200km/h.
Afinal, ter um coração é bom.. Mas quando dois batem juntos, em unissono, é muito melhor.
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