"Só soube que amava quando as palavras deixaram de ser só barulho e quando os momentos foram eternizados - são as pequenas coisas, os mais pequenos promenores na vida de alguém que fazem com que nós nos deixemos levar."
Tracei em pequenas pétalas o tamanho sentimento que eu continha no meu coração de papel por ti. Mas à medida que fui traçando, o sentimento era demasiado grande para tão pequenas e perfeitas pétalas. Deixei a flor em cima de uma pequena pedra, enquanto explicava para mim mesma o porquê de me dar tão bem com a natureza, como a natureza do teu ser. Achei simplesmente o estranho facto, de já não sentir uma leve brisa na minha face de contentamento, apenas uma brisa que se deixa muito a desejar, uma brisa de tristeza. Olhei para a pequena pedra e a flor tinha caído ao chão, peguei novamente na flor, e olhei-a de cima a baixo, como se estivesse a olhar para ti, e de seguida olhei para a parte amarela do meio, que mais me impressionava, que era como se fosse o teu olhar. E recordei-me que era o teu olhar, o quase fruto proibido, era o teu olhar e o teu coração, que gostava muito de tocar no meu coração de papel, nos dias de chuva ou de sol, estavas lá para fazer mais uma das suas, a deixar o meu coração de papel a um ritmo cardíaco inigualável. Avistei de longe uma pequena gaiola, bonita e bem traçada talvez desenhada para um passado ser proibido de voar. E consegui reparar, que, tu próprio tinhas prendido o meu coração de papel numa gaiola como aquela, e tiveras levado a chave no teu bolso, deixando-me á mercê de qualquer um que por ali passasse. Tinhas por bondade de aparecer em algumas noites, encostavas-te a mim, com um sorriso meio irónico a querer dizer interiormente «és minha e daqui não sais», e por mais que custasse deixavas a minha pessoa andar á vontade livremente, enquanto o meu coração estava preso numa mera gaiola de pássaro. Será que com tantos estes dilemas, entendes o que eu senti e sinto agora?

O silêncio ocupou agora a minha mente, e por tempos assim irá ficar.
Que amor era o nosso? Era bonito, talvez «quase» perfeito, juntávamos sempre o útil ao agradável, o nosso silêncio era feito com olhares perplexos e parados ao sabor do vento, as discussões eram relativas, mas construtivas cada um de nós sabia que se errava teria que remediar já que não havia outro jeito, mas sabes que mais? Continuava a ser bonito, aquele a quem eu chamava de amor todos os dias, aquele por quem o meu coração remexia como um remoinho grande, um batimento cardíaco chamado de pulsação permanente daquilo que eu sentia por ti. Não digo que foi tudo sempre perfeito e bonito e fantástico, houveram momentos em que as lágrimas no meu olho ansiavam em sair. Mas nunca me arrependi daquilo que vivemos e continuo a pensar para mim mesma, porquê um final? Porquê uma despedida?

« Não digas adeus á saída. »
« Mas eu tenho que me despedir visto que será a ultima vez que irei ver a tua face, portanto, adeus. »
"Há um ano, estava nesta mesma mesa a escrever, mas não estava só. Tinha um homem ao meu lado, com quem pensei que iria viver até ao fim dos meus dias. Foram alguns meses de amor tranquilo, construído com paciência, dedicação e verdade. Fui mesmo muito feliz durante esse tempo, muito mais do que na minha relação anterior. Cada dia era um monumento à paz e à harmonia e posso dizer-te sem qualquer pudor que era um amor cheio de amor e só feito dele." (Margarida Rebelo Pinto).

Há poucas relações assim. As pessoas ficam juntas pelas razões erradas: para esquecer outras pessoas, para mudar de vida, porque acham que chegou a altura de fazer o que todos esperam que se faça a certa altura: casar e ter filhos. Raramente ficam juntas de uma forma livre e totalmente sincera. Raramente se unem de uma forma pura e verdadeira, por amor.
Dava tudo para hoje estar mais um pouco do teu lado, para poder olhar para ti só mais um pouco e aconchegar-me no teu abraço como tanto gosto, e sim contento-me com pouco tu és o meu muito portanto cada segundos é bem vindo! Tu és bem vindo, os teus gestos são bem vindos, tudo em ti é bem vindo.

... And I believe.. in every words.