"Só soube que amava quando as palavras deixaram de ser só barulho e quando os momentos foram eternizados - são as pequenas coisas, os mais pequenos promenores na vida de alguém que fazem com que nós nos deixemos levar."
Os dias acabam por passar, e com eles vou substituindo os meus problemas pelos problemas dos outros... Acabo por me esquecer durante segundos que tu és a essência do meu coração, e faço mais do que realmente posso pelos outros.
Assim, quando chego a casa, as lágrimas correm e não param... São como chuva no pingo do Inverno, faz com que me doa o pescoço de tanta força que faço.
As cores são as mesmas, e eu vivo quase da mesma forma, mas sou outra vez o reflexo dos outros, as queixas e os desabafos daqueles que vão olhando para o seu umbigo.
Não, isto não é um ataque. Eu sei que sou a luz de alguns, sei que me ligam porque sabem o que vou dizer e sei, também, que eles acabam por viver os seus contos de fadas e eu deixo de lutar pelo meu porque deixou de valer a pena.
Numa (des)evolução, dou 8000 passos por dia e sou uma pessoa activa, activa sem o homem que eu anteriormente adorei, mas com o botão “start” de outrém.
Fria e nua, sem nada onde me agarrar, sem o teu ponto de partida... Sinto mil e uma coisas de cada vez, e não aprendo nada.
Vivo de um conjunto de recordações e de uma projecção de um futuro que nem sei se será meu... Sobrevivo de algo que está errado, e não faz sentido.
Tu deixaste de beijar a chuva, deixaste de ser o rapaz do momento. Que vivia sem necessidade do dia que seguia.... Deixaste de correr, e és um conjunto de conquistas contrárias á tua personalidade.
Secalhar sou eu que estou errada, e tu não és nada do que eu penso. Sentes saudades, mas não sentes da mesma forma, não és verdadeiro no sorriso e esse olhar á muito que é cinza.
Irás embora? Quem sabe, eu já me sinto tão sozinha no meio de tantas pessoas que nada me surpreenderá. Nem tu, amor da minha vida, luz de uma luz que continua acesa... Neste quarto, neste dia, com estas mãos que incessantemente escrevem para ti. Com este cerebro que inevitávelmente te pensa.
Fizeste-me sentir demais, e agora este calor que deixaste não desaparece... Em todos os nossos lugares, tu apareces, perdido no meio das árvores, deitado no chão que pisamos.
Todas as juras de amor, todos os amo-tes que, invisivelmente, percorrem esta cidade são de mim para ti. Sempre que a brisa te toca, e os sonhos te embalam sou eu que sussurrei para a minha almofada a falta que sinto.
Nada disto é falta sorte, não são os restos do que acabou por ficar perdido no tempo. Tudo o que colocamos em cima da mesa, acontece porque nenhum de nós foi um anjo e ambos amamos demais.
Considero, enfim, tudo isto como a matemática do crescimento... Nunca poderia ser exponencial, por isso acabamos por construir um alibi de lágrimas, que mesmo não nos levando muito longe, mantém-nos longe do que tememos.
É uma escolha, é uma divisão de situações que eu vou ter de pôr em ordem... Sozinha, pois nada é melhor que a nossa “vozinha” interior.
E quando somos as testemunhas principais do crime perfeito (=amor), mais vale fugir e deixar em aberto... Estes casos nunca são concluídos, e apenas a justiça divinal manterá o ph estavel.

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